Sherlock Holmes é um personagem de
ficção da
literatura britânica criado pelo médico e escritor
Sir Arthur Conan Doyle[1]. Holmes é um investigador do final do
século XIX e início do
século XX que aparece pela primeira vez no romance
A Study in Scarlet (Um estudo em Vermelho) editado e publicado originalmente pela revista
Beeton's Christmas Annual, em
Novembro de
1887.
[2] Sherlock Holmes ficou famoso por utilizar, na resolução dos seus mistérios, o
método científico e a
lógica dedutiva.
[3]
Um Estudo em Vermelho (
1887) primeiro livro protagonizado por Holmes
História
Estátua de Sherlock Holmes em
Londres Sherlock Holmes nasceu em
6 de Janeiro de
1854[4], a primeira aparição de Holmes se deu em
1887 na
Beeton's Christmas Annual[5] em
A Study in Scarlet, em
Fevereiro de
1891, o romance
The Sign of the Four é publicado em outra revista, a
Lippincott’s Magazine[6], em
Junho de
1891 Holmes estreia na
Strand Magazine com a novela
A Scandal in Bohemia[7] o conto obteve tanto sucesso que garantiu a Holmes um longo tempo de publicações na
Strand Magazine.
Sherlock Holmes literalmente engoliu o seu criador, nunca se ouve falar em Sherlock Holmes como "O Personagem criado por
Conan Doyle" e sim, se ouve falar em Conan Doyle como "O Homem que criou Sherlock Holmes".
[8]
O cenário
The Sherlock Holmes Museum, no 221B da Baker Street
Não precisa viver na
Inglaterra para conhecer o lar de Sherlock Holmes, o
221B Baker Street é um dos endereços mais famosos de
Londres e abriga hoje um museu com o nome do personagem, as histórias do detetive se passam entre vários cartões postais da capital inglesa.
[9]
A Londres de Sherlock Holmes
Um dos locais mais visitados por Sherlock Holmes, entre um caso e outro, Holmes sempre estava de viagem marcada, a
Charing Cross Station, quando a investigação em
Londres Holmes não deixava de passar pela
Fleet Street, pela
Oxford Street, pela
Strand,no
Pall Mall, e na
Tottenham Court Road endereços recorrentes dos contos do personagem .
[10] O fiel escudeiro
Sherlock Holmes teve suas histórias relatadas pelo seu colega de quarto e fiel escudeiro
Dr. Watson, que várias vezes ficou surpreso com o rápido raciocínio de Holmes, que conseguia muitas vezes ler os pensamentos de Watson, satirizando a cena em que
C. Auguste Dupin lê os pensamentos de seu colega em
Os Crimes da Rua Morgue[11] de
Edgar Allan Poe, Watson esteve presente em todas a histórias de Holmes escritas por
Conan Doyle.
[12]
Os romances
Sherlock Holmes aparece ao todo em cerca de 60 romances de autoria de
Arthur Conan Doyle, sendo eles, cerca de 56 contos, e 4 romances, onde Sherlock Holmes resolvia casos insolúveis até mesmo para a
Scotland Yard. O personagem habita o imaginário de jovens e adultos há mais de 150 anos
Holmes costuma ser uma pessoa arrogante, que está correta sobre inúmeros assuntos e com palpites certeiros. A primeira amostra de sua exatidão é descrita em "Um Estudo em Vermelho". Quando Watson e Holmes se conhecem, em alguns poucos segundos Holmes já sabia que ele estava no
Afeganistão.
[14]
Além do aspecto erudito, não demonstra muitos traços de sentimentalismo, preferindo o lado racional de ser. Apesar disso, em alguns contos o
Dr. Watson diz que a "máscara gelada" de Holmes cai às vezes, dando mais humanidade a Sherlock Holmes.
[15]
Orgulhoso, parece dominar vários assuntos sem Doyle descrever seus estudos. Holmes apresenta alguns hábitos peculiares como a prática de
artes marciais como
boxe,
esgrima de armas brancas e de
bengala.
[16]
Além disso, diz-se que é um exímio
violinista.
[17]
Não se vê Holmes estudando sobre tudo, mas domina misteriosamente e incrivelmente uma vasta quantidade de assuntos do
conhecimento humano, tais como História, Química, Geologia, Línguas, Anatomia, Literatura Sensacionalista, etc.
[18]
Um retrato de Sherlock Holmes por
Sidney Paget de The Strand Magazine, em 1891 "O Homem com a boca torta".
Generalidades
Segundo Conan Doyle, inventor do personagem, Sherlock Holmes viveu em
Londres, num apartamento na
221B Baker Street, entre os anos
1881 e
1903[19], durante o último período da
época Victoriana, onde passou muitos anos na companhia do seu amigo e colega,
Dr. Watson[20]. Hoje esse endereço é um museu dedicado a Sherlock Holmes.
[21]
Sherlock Holmes descreve-se como um "detetive consultor" (um dos exemplos é o ínicio do livro "
O Signo dos Quatro"), o que significa que as pessoas vêm-lhe pedir conselhos sobre os seus problemas, ao invés de se dirigir a elas.
[22] Doyle conta-nos que Holmes é capaz de resolver os problemas a ele propostos sem sair do seu apartamento, apesar de este não ser o caso em diversas de suas mais interessantes histórias, que requerem a sua presença
in situ. A sua especialidade é resolver enigmas singulares, que deixam a polícia desnorteada, usando a sua extrema faculdade de observação e dedução.
Holmes demonstra, ao longo das suas histórias, uma capacidade de dedução e um senso de observação impressionantes, ajudados por uma cultura geral extensa e variada (ele é capaz de identificar a marca de um tabaco somente pelo seu cheiro e pela cor de suas cinzas). Quando envolvido com algum problema, pode passar noites sem dormir ou comer, o que inquieta o seu amigo Watson.
[23] Mestre na arte do disfarce
[24], maneja com habilidade a
espada e daria, segundo Watson, um bom pugilista.
[25]
Outra de suas marcas registradas, a frase: "Elementar, meu caro Watson", foi criada no teatro, com muitas outras particularidades, como o cachimbo curvo do detetive.
[26] Muito embora alguns aleguem que se trate de uma das primeiras falas do personagem em seu romance de estreia
Um Estudo em Vermelho (1887)
[27], ela não se encontra no original nem em outras traduções do texto. No resto de toda a obra, a frase não torna a acontecer, aí sim tendo sido popularizada pelas adaptações das aventuras.
Família
Mycroft Holmes, como imaginado por Sidney Paget em
the Strand Magazine Segundo alguns indícios, Holmes nasceu em
6 de Janeiro de
1854 , filho de um agricultor e de uma mãe de origem
francesa, pois sua avó era filha do pintor
Horace Vernet.
[29]
O seu irmão mais velho,
Mycroft, trabalha para o
Serviço Secreto britânico. Mycroft passa a maior parte do seu tempo livre no
Diogenes Club. Segundo Holmes, seu irmão Mycroft não somente é mais brilhante do que ele próprio, como também possui um senso de observação e de dedução muitas vezes superior ao seu. Numa das aventuras de Holmes, onde ele encontra o seu irmão Mycroft diante do Diogenes Club, os dois mantêm um diálogo recheado de deduções sobre um transeunte que deixam Watson completamente atônito.
[30]
Carreira
Placa comemorativa em Meiringen
Após os seus estudos, o jovem Sherlock Holmes instala-se como detetive em
Londres, onde divide um apartamento em
Baker Street com um médico que acabara de voltar do Afeganistão, onde trabalhou como médico militar durante os tumultos entre Índia e Inglaterra no período pré-Guerra
[31],
John H.Watson, que se torna o biógrafo de Holmes.
[12]
O seu grande inimigo, também dotado de extraordinárias faculdades intelectuais, é o
professor Moriarty.
[32] Em
4 de maio de
1911, após uma luta feroz, Holmes e Moriarty desaparecem nas
cataratas de Reichenbach, perto de
Meiringen, na
Suíça (
The Adventure of the Final Problem).
[33] Os protestos dos leitores foram tantos e de tal forma violentos, que Doyle foi obrigado a
ressuscitar seu herói após esse verdadeiro
assassinato. Holmes acaba reaparecendo no conto "
The Adventure of the Empty House", com a engenhosa explicação que somente Moriarty havia caído, e como Holmes tinha outros perigosos inimigos, ele havia simulado sua morte para poder investigá-los melhor.
[34]
Professor Moriarty, como imaginado por Paget
Esse período de
1911 a
1913[35], compreendido entre a "morte" e a "ressureição" do detetive, é conhecido pelos sherlockianos como
o grande hiato (
The Great Hiatus).
Holmes finalmente aposenta-se em
Sussex por volta de
1939, onde cria
abelhas.
[36]
Segundo
Baring-Gould, Sherlock Holmes morre em [[1957]
[37], aos 103 anos a partir da data de seu suposto nascimento, e 69 anos a partir de sua primeira história publicada, assassinado dentro de seu apartamento na 221b em Londres.
[carece de fontes]
Inspiração
Depois de observar qualquer estranho, o Dr.
Joseph Bell (
1837-
1911), um cirurgião de
Edimburgo, era capaz de deduzir muito de sua vida e de seus hábitos. Isso impressionou um de seus alunos,
Arthur Conan Doyle, que admitiu ter usado e ampliado seus métodos quando concebeu o detetive Sherlock Holmes.
[38]
Bell inspirou não somente a criação da personalidade de Holmes, mas também o porte físico do detetive. Em um texto publicado no periódico
The National Weekly em
1923, Doyle conta como foram seus anos na faculdade de medicina, quando iniciou o processo de criação de seu personagem mais famoso. Neste, o aluno descreve seu notável professor Bell:
[39]
"Era magro, vigoroso, com rosto agudo, nariz aquilino, olhos cinzentos penetrantes, ombros retos e um jeito sacudido de andar. A voz era esganiçada. Era um cirurgião muito capaz, mas seu ponto forte era a diagnose, não só de doenças, mas de ocupações e caráteres."
[38]
Doyle teria se baseado também na filosofia de Bell, que dizia:
"A maioria das pessoas vêem, mas não sabem observar", dizia o dr. Bell aos seus convivas. "Olhando de relance um indivíduo, a gente pode identificar-lhe o país de origem por suas feições; pelas mãos, a profissão e os meios de vida; e o resto da sua história é revelado pelo modo de andar, os maneirismos, os berloques do relógio, e até os fiapos que aderem às suas roupas."
[40]
Pelo caráter arrogante de Holmes, Bell negou a inspiração e tomou-a como pejorativa à sua pessoa.
[38]
Exemplo de personagem influenciado pelo personagem de Doyle, na televisão, é o detetive
Adrian Monk, da série homônima, que tem um senso de observação e dedução do mesmo nível de Sherlock, mas destaca-se pelo seu transtorno obsessivo-compulsivo (que, por sinal, são parte de seu sucesso como detetive).
[41] Outro personagem inspirado em Sherlock é
Gregory House[42], da série de TV estado-unidense
House M.D., chefe da ala de diagnósticos que utiliza lógica dedutiva para desvendar as mentiras de seus pacientes; House costuma sempre dizer "Todo mundo mente". As similitudes entre Holmes e House são muitas: o homem que atirou em House se chama Moriarty, maior inimigo de Holmes, House também é viciado, também tem gosto pela música e mora no número 221.
Nos quadrinhos, a Disney criou o personagem
Sir Lock Holmes, visivelmente inspirado em Sherlock pois, além do nome parecido, possui o mesmo porte físico, está sempre com o cachimbo e gosta de tocar violino. Diferente de Sherlock, porém, é totalmente desafinado no violino e erra todas as deduções (estando mais para Inspetor Clouseau). Outro personagem da Disney com nome e características parecidas é
Berloque Gomes, porém este não é um personagem cômico, e sim um detetive que auxilia
Mickey em algumas investigações.
Apesar do grande sucesso de sua obra, Conan Doyle não gostava de escrever histórias para Sherlock Holmes pois considerava o romance policial literatura de segunda classe e, na verdade, esse tipo de história só passou a ser respeitado após o sucesso de seu personagem. Conan Doyle preferia escrever o que considerava literatura de qualidade (o único livro medianamente famoso é O Mundo Perdido) e chegou a matar Sherlock Holmes, tendo que ressuscitá-lo devido à enorme quantidade de cartas que recebeu de fãs pedindo mais histórias (e, suspeita-se, porque precisava de dinheiro). Em novembro de 1891, ele escreveu para sua mãe: "Acho que vou assassinar Holmes… e lhe dar fim de uma vez por todas. Ele priva minha mente de coisas melhores."