sexta-feira, 15 de abril de 2011

O interior do nosso planeta : Tsunami no Japão

Tsunami

De origem japonesa - tusunami designa ondas oceânicas de grande altura. Embora sejam erroneamente denominadas de ondas de maré, as tsunamis não são causadas por influência das forças de maré (forças astronômicas de atração do Sol e da Lua).
Tsunamis são ondas de grande energia geradas por abalos sísmicos. Têm sua origem em maremotos, erupções vulcânicas e nos diversos tipos de movimentos das placas do fundo submarino.
Portanto uma boa definição para a tsunami seria uma onda sísmica que se propaga no oceano. Historicamente, é no Oceano Pacífico onde ocorreram a maioria das tsunamis, por ser uma área cercada por atividades vulcânicas e freqüentes abalos sísmicos. Ao norte do Oceano Pacífico, desde o Japão até o Alasca, existe uma faixa de maior incidência de maremotos e erupções vulcânicas que originariam as tsunamis mais freqüentes do nosso planeta.
Talvez a tsunami mais famosa tenha sido a provocada pela explosão vulcânica da Ilha de Krakatoa no Oceano Pacífico em 26 e 27 de agosto de 1883.
A tsunami resultante atingiu as ilhas da Indonésia com ondas de até 35 metros de altura.
As tsunamis ao se propagarem no oceano possuem comprimento da ordem de 150 a 200 km de extensão e apenas 1 metro de altura. Portanto, em alto mar elas são quase imperceptíveis. Entretanto, ao se aproximar de zonas costeiras mais rasas, a redução da velocidade, devido ao atrito com fundo do seu comprimento, porém a energia continua a mesma. Conseqüentemente, a altura da onda aumenta bastante em pouco tempo. Neste ponto, ela pode atingir 10, 20 e até 30 metros de altura, em função de sua energia e da distância do epicentro da tsunami.
Na recentemente levantada hipótese sobre o perigo de um maremoto de grandes proporções, ele seria tão catastrófico quanto maior for presumida explosão vulcânica nas Ilhas Canárias, local onde foi detectada importante atividade sísmica no subsolo.
Uma analogia a esse processo seria uma panela de pressão que tem a sua válvula reguladora obstruída enquanto aumenta o calor interno gerado pelo fogo. A pressão interna vai aumentando proporcionalmente ao acúmulo de energia potencial. Este processo tem continuidade até que ocorra uma ruptura em algum ponto da estrutura da panela redundando em uma explosão, ou seja, na liberação instantânea de grande quantidade de energia.
No caso das Ilhas Canárias foi observado um aumento da atividade sísmica/vulcânica no interior da ilha. Como a mesma estava inerte a várias dezenas de anos, o topo do cone vulcânico, que é a própria ilha, se consolidou de tal forma que se extinguiu o respiro ou válvula de alívio da pressão interna do vulcão. Assim, quanto mais sinais ela der de atividade vulcânica no seu interior maior será o risco de haver uma erupção vulcânica de grandes proporções. O tamanho da onda tsunami gerada será proporcional à quantidade de energia transmitida ao mar no momento da erupção.
Por outro lado, uma erupção vulcânica não é um evento comum e, se levarmos em conta outros fatores, veremos que a probabilidade de formação de uma onda tsunami destruidora é pequena.
Outro fator a ser considerado é a distância do litoral brasileiro, especificamente dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Piauí, Pará e Amapá, em relação à Ilhas Canárias. São aproximadamente 4,500 km/h, o que equivaleria a 8 horas de percurso até chegar ao litoral brasileiro.
Assim, quanto maior for a distância entre a origem (epicentro) e o litoral de impacto, maior será a perda de sua intensidade por espalhamento e mesmo dissipação de sua energia. Outro fator de reflexão é que quanto menor for a profundidade das zonas por onde a onda propaga maior vai ser a redução de sua energia pelo atrito com o fundo submarino.
Se somarmos a probabilidade e os registros históricos de erupções e/ou abalos sísmicos em ilhas do Oceano Atlântico, que são mínimos, veremos que as chances de ocorrer um acidente ambiental de grandes proporções são baixas.
Desta forma, antes do Brasil, Portugal, Norte da África e o arquipélago de Cabo Verde serão as vítimas potenciais devido à proximidade do epicentro da eventual explosão vulcânica, recebendo diretamente o impacto da onda de grande altura.
Por outro lado se existe a probabilidade é preciso ter cuidado de alterar para as possíveis conseqüências do fenômeno. A conjunção de fatores intervenientes pode provocar estragos catastróficos, daí a importância de que a população seja informada e que as autoriddes competentes tomem as devidas precauções. Um bom exemplo desse tipo de política de seguranças é o desenvolvimento através de informações de satélite pela Organização Meteorológica Mundial - OMM.
Devido a freqüência da ocorrência de tsunamis no Pacífico, existe uma rede internacional de sismógrafos ao longo do cinturão de fogo que altera para a formação de qualquer onda catastrófica. Como resultado dessa iniciativa nenhuma morte foi contabilizada com a passagem de uma tsunami no Havaí em 1957. Já a tsunami de 1946, com altura inferior à de 1957, causou inúmeras vítimas fatais pela ausência de um sistema de alerta.
Portanto, medidas preventivas são muito menos onerosas e possíveis de serem tomadas do que medidas corretivas, muito mais dolorosas. O medo é gerado pela ignorância, o respeito é gerado pelo conhecimento.

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